17 de fevereiro de 2011

Finalmente vejo jovens protestando

O Brasil é um país de população acomodada com qualquer situação. Por mais que o cidadão se revolte com a política, com a economia, com o sistema, ninguém faz praticamente nada para mudar a situação. Os jovens, especialmente, nesta “nova era”, pouco se preocupam com política ou questões sociais. Só o que interessa é informática e “cyber-atividades”. Não que isso não seja importante. É! Mas trocar um estudo de proposta de projeto social por ficar em frente à um computador para tuitar, por exemplo, é demais.

Mas vejo com alegria a seguinte notícia: "Vou a cavalo: estudantes protestam contra valor da passagem com cartazes em monumento”. Aconteceu em Porto Alegre, na manhã de 17 de fevereiro, onde estudantes ligados ao Movimento Revolucionário de Porto Alegre fizeram uma manifestação para chamar a atenção para o reajuste da tarifa de ônibus na Capital. Com o auxílio de uma escada, alunos do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, penduraram cartazes no Monumento a Bento Gonçalves, na Praça Piratini. O cavalo de um dos expoentes da Revolução Farroupilha carregava na boca o protesto dos estudantes, que dizia: "Tri caro: R$ 2,70" e "R$ 2,70 eu não pago, vou a cavalo". Segundo a presidente do Grêmio Estudantil do Julinho, Sheila da Rosa, de 21 anos, a proposta foi articulada dentro do Comitê contra o Aumento das Passagens, movimento popular, estudantil e sindical; e a ideia não era depredar nada nem pichar. Foi tudo colado com durex e sem sujeira. Esplêndida atitude!

Uns dias antes, uma funcionária do Supremo Tribunal Federal escreveu no twitter a seguinte frase: "Ouvi por aí: 'Agora que o Ronaldo se aposentou, quando será que o Sarney vai resolver pendurar as chuteiras?'". É uma forma de protesto, claro, contra o presidente do Senado José Sarney, que está há mais de 60 anos na política brasileira. Mas é uma forma errada a meu ver! Não muda nada para ninguém isso; a não ser para ela mesmo, que corre o risco de ser demitida. E o que é pior: Sarney passou por bonzinho, pois falou em entrevista que ligou ao presidente do Supremo pedindo para não demitir a funcionária, já que a Internet é pública.
Vejamos a situação do Egito: a população tomou as ruas por vários dias em protesto contra o presidente Hosni Mubarak, que há anos utilizava um sistema ditatorial no país. A mobilização da população nas ruas surtiu efeito e tanto presidente quanto seu regime caíram.

Agora fizemos a seguinte “costura”: a população não agüenta mais Sarney por trás (e pela frente também) da política brasileira devido à inúmeras acusações, como favorecimento da nomeação de parentes por meio de atos secretos, beneficiar a empresa de seu neto que operava empréstimos consignados no Senado, suspeitas de desvio de recursos públicos da Fundação José Sarney e atos de censura contra a imprensa, entre tantos outros. O único protesto que houve foi de uma simples funcionária via twitter de forma errônea. Então, que a mesma força de vontade e criatividade dos alunos do Julinho sirva de exemplo, aliado aos resultados do Egito. Assim demonstra-se a força de uma união e acaba-se com esse sentimento de comodismo que o povo brasileiro tem.

Em SP, inspeção vai reprovar veículo por excesso de ruído

A partir do ano que vem, a Prefeitura de São Paulo vai incluir na inspeção veicular a análise dos níveis de ruídos emitidos pelos carros. O teste será feito junto com o ambiental, que mede a emissão de poluentes. O dono do veículo precisará de ambos para obter o selo de aprovação e, assim, poder fazer o licenciamento. Sem o selo, o motorista também corre o risco de ser multado em R$ 550, se for flagrado pela fiscalização circulando pela cidade já fora do prazo da inspeção.

Ótima iniciativa! Deveria valer para todo o Brasil. Se tem algo que é irritante é o excesso de ruído de veículos por falta de cuidados de seus despreocupados donos. Quem cuida e anda na linha é obrigado a ter que conviver com essa espécie de ser-humano “pseudo-social-racional”.